domingo, 9 de outubro de 2011

Quem perturbou meu descanso?

  Após um curto período de descanso, aqui estou de volta, agora mestre em Direito das Relações Sociais. Ausência justificada, portanto. Apenas pensar na banca do mestrado já me deixava completamente exausta... Mas passou e a vida continua, com um título a mais, num país onde isso é supervalorizado.
  É impressionante a diferença que um título qualquer faz no currículo de alguém. O problema é que ninguém para e pensa o que tem por trás deles... Instituições muitas existem que não formam mestres, mas amestrados. Outras.... bem, pagando, vale tudo; estudo é secundário.
  São muitas as pessoas que existem que não carregam qualquer título e são verdadeiras educadoras, mestres por excelência. Reconhecimento? Nenhum. Universidades pagam conforme o nível de formação evidenciado por uma palavra no currículo. 
  E assim também segue o ensino no país: superficial.
  Meus estudos e minha folguinha relâmpago, porém, não me afastaram de perplexidades...
  Como diria Marcelo Taz, não sei o que andam colocando na água do Ministério Público.
  Rogério Leão Zagallo, promotor de justiça (?), foi um dos elementos perturbadores do meu descanso. 
  O protagonista lamentou que um policial tenha matado apenas um de dois supostos criminosos, com comentários absolutamente sinceros:
   "O agente matou um fauno que objetivava cometer assalto contra ele..."; "Fica aqui o conselho para Marcos Antônio: melhore sua mira.".
  Fico pensando o que passa na cabeça, nem vou cogitar em cérebro, de alguém que se acha na condição de chamar um semelhante (sim, somos todos seres humanos) de fauno.
  Talvez ele se ache melhor que outros... não, talvez ele tenha essa certeza... Aliás, talvez seja esse o significado de promoção da justiça...
  O funcionário público seguiu seu raciocínio (?):
  “Após tal fato, quase toda a Polícia Civil, os Jedis, os Power Rangers, os Brasinhas do Espaço, a Swat, Wolverine, o Exército da Salvação, os Marines, Iron Man, a Nasa, os membros da Liga da Justiça e o Rambo, auxiliados pelo invulgar investigador Esquilo Secreto, se imanaram e realizaram uma operação somente vista em casos envolvendo nossos bravos policiais civis, mas que deveria ser realizada em qualquer caso dos inúmeros vivenciados em São Paulo, com o escopo de prender aquele ousado fujão."
  Ora, ora, eis que surge um talento no Ministério Público! Já vejo até as manchetes: Promotor larga a toga para ingressar no stand up comedy.
  Eu, como cidadã, tenho vergonha. E tenho absoluto desgosto em contribuir para a remuneração de funcionário deste naipe... E tenho muito medo só de pensar que podem existir outros "Leões" a solta nos fóruns.
  O outro, promove sopapos durante um plenário, agredindo o advogado de defesa. 
  A cena é tão surreal que é difícil até de comentar. Nunca imaginei  ver um acusado tendo que dar licença para que o pau comesse solto e não sobrasse pancada nele também.
  O promotor dos bofetes se descontrolou de uma forma que eu fico pensando se é um daqueles que entra na listinha de que talvez não tenha aptidão para o exercício da profissão.
  É essa a postura que se espera de profissionais cuja tarefa envolve a vida de alguém?!
  Imagine o cirurgião estapeando o anestesista no centro cirúrgico enquanto o paciente está sendo operado... é mais ou menos isso que acontece... 
  Pode parecer cômico, mas é de uma seriedade gigantesca... ainda mais se for considerar o conteúdo da discussão, digna dos tempos escolares do início da alfabetização.
 A par da dupla de promotores, outro acontecimento que ainda me causa indignação é o embrólio envolvendo o Rafinha Bastos e a cantora gestante.
 Voltamos aqui à superfície... É tão evidente, e todo mundo sabe disso, que o sujeito não quis dizer que tem vontade de "comer" o bebê, que eu sinceramente não entendo o que está acontecendo...
  A piadinha pode ter sido mal colocada, de mau gosto, ou sei lá qual adjetivo mais poderia ser aplicado, mas foi uma piada. Aliás, foi até um elogio! O cara simplesmente quis dizer que transaria com a moça mesmo ela estando grávida, porque ainda assim está bonita.
  O falso moralismo que surgiu com essa estorinha é lamentável. "Penalizar" o sujeito impedindo sua participação no programa a pedidos de Ronaldo fenômeno, que é amigo do marido da cantora como meio de mostrar a sociedade que aquilo foi feio, é do tempo do Jardim da Infância...
  E o pior, isso ainda vai dar o que falar... 
  Eu advogava para o Rafinha se isso parasse no judiciário, e de graça ainda, porque eu queria muito ver o que vai sair de um processo desses....
  E a moça deve ter tantos compromissos e ocupações com a chegada do bebê, que deveria se dedicar a isso, que é muito mais saudável.
 
 

  
 

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